sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Filhos da esperança (Children of men, Alfonso CUARÓN, 2006)

Mais um longa-metragem para contar o término dos dias. Baseado na obra de P. D. James, esse filme mostra um mundo que está em vias de extinção: a humanidade não procria mais – por castigo divino ou qualquer outra coisa. Em face de situações limite, o homem tem a capacidade maior de tomar decisões estúpidas e acaba por desmascarar sua humanidade travestida, nesse filme o diretor mostra como um problema atrelado ao medo e desespero pode desestruturar qualquer vestígio de valor humano.

Particularmente, gosto muito de filmes que problematizem questões como bondade, humanidade, igualdade, e todos esses conceitos batidos que as pessoas esquecem o significado. Colocar em xeque a inocência do ser humano é como dar um tapa na cara das pessoas que começam a esquecer o que uma intervenção armada nos outros países quer dizer. Há muito que as atrocidades das grandes guerras existem apenas nos livros de História, poucas pessoas lembram daquilo tudo de forma subjetiva e aproximada – o que mistifica um pouco o horror à batalha e lhe deixa sub-valorizado. Não quero dizer que as invasões bélicas de hoje se aproximem do que foi outrora, mas afirmo que um fuzil em seu rosto causa o mesmo estrago em qualquer época. Esse longa-metragem mostra bastante a inconseqüência e imponderabilidade das ideologias em conflito.

Vale a pena assistir. Apesar de ser mais um filme sobre o fim dos tempos, tem seu charme. Está em minha lista sobre o assunto, mas, bem abaixo de títulos como Cegueira ou Wall-e (fora de brincadeira). Contudo, mata a pau aquele risível 2012.

Pipoca!

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