sábado, 17 de abril de 2010

Eu sou muito curioso. Quando vejo alguma coisa que não entendo ou que me chame a atenção, logo quero compreender seus mecanismos, como chegou até àquele nível ou simplesmente saber o que está acontecendo. Às vezes basta uma olhada, uma hipótese, um artigo a respeito; isso é o que acontece quase sempre, perco o interesse logo e um conceito simplório já é o suficiente. Mas, outras coisas (talvez aquelas que eu já tenha alguma propensão a me interessar), me incomodam mais; são perguntas que não saem de minha cabeça, interpretações, críticas, abstrações. Acabo por me apaixonar pelas dúvidas que afloram daquele terreno.

Geralmente é uma espécie de paixão à primeira vista e logo estou correndo atrás de bibliografia a respeito, e tudo o mais que possa haver. Foi assim que me apaixonei pela Música, apesar de não ser bom nisso. Também a Literatura se tornou minha amante, acabei colecionando livros, títulos e histórias (bem guardadas em minhas lembranças, talvez para contar para alguém), aprendi a escrever de acordo com uma imagem de beleza criada por meus padrões e embasada em meus autores favoritos; minha argumentação é totalmente pautada nessas obras; talvez o que me atraia na literatura seja compreender as outras pessoas através do que elas escrevem e de como fazem isso. A História é outra paixão, me encantei por seus olhos quando percebi que meus professores sabiam alguns milênios de passado, ou seja, eu teria um campo bastante amplo para saciar minha curiosidade; acabei por me tornar estudante de História. Como gosto da possibilidade de saber tudo, leio sobre todas as épocas históricas, e todo tipo de literatura, escuto vários estilos musicais; mas, obviamente, tenho minhas preferências - que não serão discutidas agora, talvez outra hora.

De uns tempos para cá, me interessei por Cinema também - e agora estou iniciando um blogpara falar a respeito, como eu disse, acabo me apaixonando por essas coisas. E Cinema é minha mais nova dama. Nosso romance começou há pouco tempo, como um caso mais sério. Aprendi a gostar de filmes ainda criança, na verdade: meu pai me habituou a ver alguns todas as semanas (no tempo do VHS ainda), na época assistíamos ao gosto dele - majoritariamente filmes de ação, que hoje não são meus favoritos. Me levou ao cinema pela primeira vez, mas não lembro qual filme assistimos nesse dia, apesar de lembrar de vários que vimos juntos. Eu ainda era muito pequeno, e o Cinema para mim era apenas o fascínio das imagens e o medo dos filmes de terror (quando eu puxava o cobertor para cobrir meus olhos, numa cena muito assustadora, e vários pesadelos depois). Depois de um tempo comecei a me interessar mais por filmes, muito disso devido à literatura, que foi adaptada para o cinema e com isso muitas obras diletas minhas. Até um dia em que comecei a assistir (agora já em DVD) um coletânea de filmes dos Lumière, então eu vi uma imagem que mexeu muito comigo; havia uma câmera com a lente voltada para o lado de fora da janela de um trem - um traveling, talvez o primeiro - e, devagar, iam passando pela tela os vários prédios da época, repletos da neve do inverno europeu. Imagens muito simples, não haviam pessoas nas ruas, nem animais ou coisa alguma, mas achei linda essa maneira simplória de retratar o passado - que é meu grande amigo. Logo percebi que os filmes eram muito mais complexos do que eu imaginava, e acabei por encontrar a subjetividade dos lápis dos autores de meus livros queridos, nas câmeras dos diretores de Cinema.

Agora pretende escrever aqui algumas sugestões de filmes, críticas e o que mais me apetecer, na forma de crônicas de meus dias, como um roteiro de minha vida e um livro de minhas idéias. Tudo com direito a pipoca e coca-cola e uns amassos lá na última fila de cadeiras: Boa diversão!

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